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Nem o calor estragou a festa da décima Meia Maratona Sport Zone

Em jeito de balanço, não deixa de ser de referir - e como mote final - que nem o excesso de calor de fim de Verão estragou a festa e o sucesso da décima edição da Meia Maratona Sport Zone, que domingo, dia 18 de Setembro, se correu nas ruas de Porto e Gaia. Houve bons resultados, novidades, e 5286 atletas de todas as condições acabaram os 21097m da prova principal do evento, tendo este contado com 11 mil participantes na sua totalidade, confirmando-o como uma referência incontornável, a nível desportivo e social.

Em todas as nove edições anteriores da Meia Maratona Sport Zone a vitória só havia fugido aos quenianos por duas vezes, e sempre para recordistas mundiais, primeiro em 2009 para o etíope Haile Gebrselassie, e depois em 2011 para o eritreu Zersenay Tadese. Desta feita aconteceu o terceiro triunfo não queniano, e o obreiro foi o ugandês Daniel Rotich, um atleta da mesma região do globo, na Rift Valley, e com um apelido partilhado por muitos quenianos, vizinhos de leste deste país sem saída para o mar. Daniel Rotich fez lembrar que o Uganda tem muitos fundistas de valia e uma escola partilhada com os vizinhos quenianos, e de lá veio o campeão olímpico da maratona de Londres 2012, Stephen Kiprotich, que na altura se superiorizou a dois quenianos, Abel Kirui e …Wilson Kiprotich. Isto vem a propósito para confirmar a partilha de apelidos dos dois lados da fronteira, e na corrida de domingo o sexto foi outro queniano, chamado Lucas Rotich.

Com 1h00m59s Daniel Rotich obteve um excelente tempo final, sobretudo se se ponderar o calor que se fez sentir, e melhorou sensivelmente o seu recorde pessoal de 61m40s, que já era antigo, estabelecido em Kampala, a 2 de Setembro de 2012.

Emmanuel Bor, o queniano vencedor em 2015, foi desta feita quarto.

No lado feminino, confirmando a justeza da aposta encetada o ano passado, uma japonesa estreou-se a ganhar. Nao Isaka impôs-se em 72m12s à aqueniana Martha Akeno (73m16s), e como o vencedor masculino estabeleceu um novo recorde pessoal, superando em 9 segundos a marca que havia feito já este ano, a 14 de Fevereiro, em Yamaguchi. Também este triunfo de Isaka, que já fora prenunciado pelo terceiro posto de Misaki Kato em 2015, significou o primeiro no Porto de uma não africana, já que nas nove edições anteriores as quenianas haviam ganho por oito vezes, e a única em que não ficaram no lugar mais alto do pódio foram substituídas pela etíope Berhane Adere, em 2010.

Filomena Costa acabou no terceiro lugar, e isso significou em toda a história da Meia Maratona Sport Zone que foi apenas a quinta portuguesa a chegar ao pódio, depois de Marisa Barros, na edição inicial de 2007, de Ana Dulce Félix em 2011, de Leonor Carneiro em 2012, e de Sara Moreira em 2014 e o ano passado.

Com 73m27s a minhota mostrou estar a treinar bem para a Maratona do Porto, que irá correr a 6 de Novembro, ficando a 41 segundos do seu recorde pessoal, obtido na Meia Maratona Manuela Machado, de Viana do Castelo, em Janeiro de 2015.

A tudo isto se juntou o facto de ter sido o queniano Paul Tergat, múltiplo campeão mundial de crosse e antigo recordista mundial dos 10.000m, meia maratona, a dar o tiro de partida, e de no final do evento o grande fundista português Paulo Guerra ter sido objecto de merecida homenagem.

Aos dez anos de idade, agora perfeitos, a Meia Maratona Sport Zone mostrou-se viva, jovem e em natural crescimento, e agora aguarda-se nova década com muita expectativa.